Uma jovem evangélica vai acionar a Justiça para denunciar uma prática de preconceito religioso. Ao procurar emprego, descobriu que o fato de usar saias era visto com desdém pelos potenciais contratantes, e chegou à conclusão de que não foi admitida por esse motivo.
A moça de 20 anos, membro de uma igreja pentecostal, não usa calças por conta da doutrina adotada pela denominação que frequenta. Em seu depoimento na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, ela denunciou o preconceito e afirmou que irá ao Ministério do Trabalho para estudar as medidas cabíveis.
De acordo com o site Campo Grande News, a jovem – que preferiu manter sua identidade preservada e não revelou o nome das empresas que a recusram – procurou pessoalmente sete empresas do comércio da capital do estado para se candidatar às vagas disponíveis.
“As pessoas pegavam meu currículo e me olhavam de cima a baixo e perguntavam: você pode usar calça? Eu respondia que não por conta da minha religião. Então diziam que eu não poderia trabalhar porque não era o padrão”, relatou a jovem.
Durante seu depoimento na Assembleia Legislativa, ela afirmou que em um dos casos ela foi admitida, mas foi dispensada no primeiro dia de serviço: “No final do expediente a gerente me chamou e falou ‘Olha, eu não vou poder ficar com você porque achei que você fosse chegar aqui e colocar calça’”, contou.
De acordo com a jovem, ela tentou alertar a gerente de seus direitos, mas teve seu apelo ignorado: “No dia seguinte, quando fui buscar meu acerto, citei para a mesma gerente a Constituição, onde nela está garantido meu direito no artigo 5º inciso sexto e oitavo, e ela me respondeu da seguinte forma: ‘Eu sou formada em direito e administração e conheço muito bem a Constituição, só que eu não posso fazer nada’, e ainda falou que eu estava faltando com respeito”.
O diálogo com a gerente foi ouvido pelos demais funcionários da empresa e também pelos clientes: “Foi constrangedor. Todos ficaram olhando”, disse a jovem.
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