O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento de qualquer doença e pode salvar vidas. No caso do HIV (vírus da imunodeficiência humana) não é diferente. De acordo com Ministério da Saúde, quanto antes a presença do vírus for descoberta, maior as expectativas de vida do soropositivo. Em caso de gestantes portadoras do HIV, ter o conhecimento dessa situação e seguir o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto, pode fazer com que o bebê nasça sem o vírus. Daí a importância em se realizar o teste para saber se está infectado pelo HIV.
Na Rede Municipal de Saúde de João Pessoa esses testes podem ser realizados gratuitamente no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h, no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe, na Rua Alberto de Brito, s/n.
Maria José Ludovico está no sétimo mês de gestação, como procedimento comum no pré-natal foi solicitado o exame para DSTs. “Muita gente tem preconceito com o teste, principalmente as grávidas que acham que estão insinuando algo, mas eu não vejo problema nenhum em fazer esse teste, pelo contrario acredito que seja uma forma de garantir mais segurança a saúde do meu bebê, afinal existem várias formas de se contrair alguma doença”, comentou a dona de casa.
“Na maioria dos países do mundo, a taxa de infecção para o HIV vem diminuindo, mas no Brasil esse número aumentou em aproximadamente 11%, principalmente em jovens de 15 a 24 anos, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e usuários de drogas”, destaca a chefe da seção DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde, Clarisse Pires.
Ainda, de acordo com os dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 20% das pessoas com HIV não sabem que tem o vírus. “Por isso fazer a testagem é fundamental. As metas do Ministério é que até o ano de 2020, 90% das pessoas que vivem com HIV/AIDS conheçam seu diagnóstico; 90% das pessoas que sabem de sua soropositividade recebam tratamento e que 90% dos que estão em tratamento tenham sua carga viral indetectável, o que diminui a probabilidade de contaminar outra pessoa”, completou Clarisse Pires.
Jackson Oliveira tem 20 anos e já teve relações sexuais sem o preservativo. Com medo de ter contraído alguma doença, foi ao Centro de Testagem do município para fazer o teste. “Tem se falado bastante sobre a AIDS e outras doenças e os número em jovens tem sido alarmante, então comecei a ficar preocupado com a possibilidade de ter pegado alguma coisa, fiz o teste para tirar dúvidas e incertezas da minha cabeça, depois do resultado vou poder viver mais tranqüilo e independente do resultado, vou ter mais cuidado”, disse o estudante.
Caso um usuário seja diagnosticado com HIV na Rede Municipal de Saúde, ele é encaminhado para tratamento no Hospital Clementino Fraga, onde recebe toda a medicação, assistência e acompanhamento.
Ações do CTA – Em 2014, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) realizou 25.461 testes para o diagnóstico do HIV. Estes exames são realizados na sede do CTA, no Cais Jaguaribe, ou em ações externas e itinerantes promovidas pelo Centro.
Durante todos os shows do Projeto Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro, que aconteceram no mês de janeiro, uma equipe do CTA realizou testes rápidos de HIV e distribuíram preservativos. As ações foram estendidas durante ‘Folia de Rua’, Carnaval Tradição e fazem parte do planejamento de ações de todos os eventos realizados na capital.
Tipos de testes – Existem quatro tipos de testes para diagnóstico da infecção pelo HIV, que são realizados a partir da coleta de sangue.
Teste rápido: Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta.
Teste Elisa: Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório.
Teste western blot: É confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids.
Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1: Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 permite detectar os anticorpos anti-HIV.
“O primeiro teste que se faz é o teste rápido. Os testes rápidos são muitos sensíveis e específicos. Dando reagente, confirmamos com ‘Elisa’ e havendo alguma dúvida se parte para o ‘western blot’ ou ‘imunofluorescência’. São testes extremamente sensíveis e seguros”, explicou a chefe da seção DST/AIDS.
Existe ainda o teste rápido de fluido oral, que detecta anticorpos contra o HIV na saliva da pessoa, em até 30 minutos.
“As pessoas precisam começar a pensar que o vírus existe. É preciso realmente se prevenir e, que quando mais cedo souber da condição de portadora, mas chance de ter uma melhor qualidade de vida, além de evitar a transmissão do vírus pra outras pessoas”, conclui Clarisse Pires.
#Partiu Teste – Prevenir, testar e tratar. Este é o objetivo da campanha lançada em 1º de dezembro, pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014, 734 mil pessoas vivem com HIV e AIDS no país. Deste total, cerca de 150 mil desconhecem seu diagnóstico. Por isso, #PartiuTeste!
A epidemia no Brasil apresenta taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa aproximadamente 39 mil novos casos de AIDS ao ano.
Todos devem se preocupar em prevenir-se contra o vírus da Aids, usar camisinha, fazer o teste e, se este der positivo, começar o tratamento.
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